Últimos dias: Poesia e Restauração

Autores

Editora Inovar

Sinopse

Escrever estes poemas, pouco criativamente chamados de “Últimos dias”, foi um grande prazer, movido por grandes doses de emoção e responsabilidade.

Amo ler, e amo ler o que os santos dos últimos dias, do passado e do presente, escrevem, e acho que seria um pouco egoísta da minha parte apenas lê-los sem contribuir em nada com esse grande movimento cultural e literário que está em pleno crescimento, entre os santos de toda a América, vivam ou não neste continente de promissão.

O Senhor disse que “Sião florescerá e a glória do Senhor estará sobre ela” (D&C 64:41). Este livro não é Sião. Mas traz a mensagem de que Sião é real. E todos nós somos parte dessa nação poderosa e escolhida do Senhor nos últimos dias.

Por isso, segui o conselho de Rainer Maria Rilke, e me perguntei “Preciso mesmo escrever?” – e eu disse “Preciso!”.

Quem ler vai perceber que cada poema é antecedido por uma passagem das escrituras utilizadas pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Em alguns casos, a escritura e o poema se relacionam diretamente, mas nem sempre isso ocorre.

Escolhi essas escrituras pensando no leitor, e não nos poemas, nem nos temas que pretendia abordar na obra. Pensei em meus amigos, da Associação Brasileira de Escritores Santos dos Últimos Dias. Pensei nas pessoas simples e devotas que temos entre os santos do Brasil. Pensei em você, que lê esta mensagem.

Os poemas, por outro lado, foram escritos para expressar ou retratar ideias, momentos e conceitos da Restauração, e seguem alguma sequência. A intenção é, sempre, falar da Restauração, em diferentes aspectos e formas.

Vocês verão que há muitos sonetos, minha forma poética preferida, mas também outros formatos, como quadras ou trovas, haikais, dísticos, e versos de cordel. Também apresento duas traduções e uma paródia.

Todo joelho, toda língua, é um poema sobre Israel e seus ra- mos espalhados pelo mundo. Em todo o planeta, o sangue de Israel está espalhado, e a reunião desse povo é o maior processo histórico que estamos presenciando (menciono isso num haikai). Mas, desde a antiguidade foi importante realizar essa obra coligadora, e o próprio Cristo visitou muitas ovelhas em muitos rebanhos, em diferentes momentos da história.

Sobre esta pedra, por sua vez, é uma expressão de um desses rebanhos visitados pelo Salvador aqui na América, e que se baseia numa confissão que meu avô paterno, Benício Caetano de Sá (membro da tribo indígena Fulni-ô, de Águas Belas, Pernambuco), fez a minha mãe, anos depois da conversão dela e anos antes da conversão dele ao Evangelho. Em uma visita ao território indígena ao qual sempre sentiu pertencer, meu avô apontou a uma pedra, numa parte da aldeia um pouco distante da cidade (mas não no Ouricuri), e disse a minha mãe que havia sido ali que Jesus Cristo apareceu para o povo dele. Mas com certeza ela poderá contar essa história com mais detalhes.

O soneto Monge, é uma homenagem e agradecimento a todos os escribas que, por séculos, salvaram as escrituras da destruição, apesar da forte oposição que sofriam. Acredito e defendo que muitos monges medievais foram verdadeiros heróis na preservação da palavra divina, e permitiram que ela chegasse a nós.

Aqui vocês também tem o Soneto de Restauração, que, apesar do nome jobiniano, não tem relação com a poética do autor de Garota do Ipanema. Escrevi esse poema como uma forma de ‘celebrar a Restauração’, como o Presidente Russell M. Nelson convidou todos os membros da Igreja a fazer, ao comemorar o Bicentenário da Restauração, em 2020. E, apesar de ter escrito esse soneto em abril de 2020, somente em outubro desse ano é que tive a coragem de compartilhá-lo nas redes sociais. E o fiz, em parte, inspirado por grandes amigos, em especial Antonella Carovana, que me ensinaram a ser “livre do medo”. Obrigado, Anto.

De uma só assentada, escrevi o poema “Sou vosso conservo”, que fluiu de minha mente a minhas mãos quase como o orvalho. Talvez seja o poema que me custou menos tempo para escrever. Esse poema se baseia na Seção 13 de Doutrina e Convênios mas também na nota de rodapé de Joseph Smith – História que transcreve palavras de Oliver Cowdery sobre a visita de João Batista e a restauração do Sacerdócio Aarônico.

O soneto Avante é uma homenagem ao profeta da Restauração, a quem devemos imensa e eternamente o fato de essa Restauração ter acontecido. Retirei as palavras (ou a inspiração delas) na Seção 128 de Doutrina e Convênios. Aqui, quis trazer à tona o aspecto glorioso da Restauração, que deve nos animar, e estimular-nos a seguir em frente, e preparar o mundo (e a nós mesmos) para a Segunda Vinda do Salvador.

O poema Acelerar é uma tradução imperfeita do poema Apresurad, que escrevi em minha última semana na missão, em agosto de 2014. Esse poema foi feito para expressar todo o amor que eu sentia pela Restauração, e para simbolizar tudo o que eu sentia nesse momento tão singular de minha vida.

Durante esses últimos meses na Missão tive o privilégio de conhecer o irmão Osvaldo Borelo, pioneiro da Igreja na Argentina, que me presenteou com dois livros seus, El Aguijón (poemas), e Llaves de verdad y sabiduría (filosofia). O conteúdo de ambos livros está disponível na internet: El Aguijón - http://poemaselagui- jon.blogspot.com/ e Llaves de Verdad y Sabiduria - http://llavesde- verdadysabiduria.blogspot.com/ Em seu livro de poemas encontra-se La Gran Felicidad, talvez o melhor poema do livro, que trago aqui como A Grande Felicidade.

Quando eu estava no ensino médio, quis imitar os temas e modos de escrever de poetas de várias épocas, e a poesia trovadoresca não passou incólume. Porém, nada restou dos rascunhos desse período, salvo uma ideia, que pude leva ao poema Um canto de espera, onde o eu-lírico é uma moça que, em vez de esperar alguém que foi lutar nas cruzadas como acontecia nas cantigas de amigo, é uma moça que está esperando seu namorado enquanto ele está servindo como missionário da Igreja de Jesus Cristo.

Sobre a obra de História da Família, está o poema Cordel da Indexação, que escrevi em homenagem aos indexadores e revisores que em todo o mundo são colaboradores no trabalho de edificar Sião em ambos os lados do véu, a maior obra destes últimos dias.

O Monte do Senhor foi escrito em comemoração aos 20 anos da dedicação do Templo do Recife, o qual compartilhei nas redes sociais no dia 15 de dezembro de 2020. Um vídeo com imagens do Templo combinadas com os versos do poema pode ser encontrado em: https://youtu.be/MpIAg6Ocq2M Escrevi o poema Elias como parte de um dos Desafios de Escrita promovidos pela Associação Brasileira de Escritores Santos dos Últimos Dias entre seus membros. Cada escritor foi convidado a escrever um texto (conto, crônica, ensaio ou poema) sobre o tema família, e todos os membros da Associação tiveram a oportunidade de ler e comentar esses textos. Eu pretendia escrever um soneto italiano, mas acabei escrevendo um soneto inglês. Tentei fazer um jogo de palavras, brincando com rimas, assonâncias, etc. Não consegui fazer tudo o que havia imaginado. Mas agradeço à ABESUD pelo desafio, e aos colegas escritores pelos comentários ao poema.

O anjo e a lua, embora também se relacione com o Templo, não é propriamente sobre ele, mas reflete uma fase de amadurecimento da poética aqui trazida, que nesse poema atinge um estágio mais reflexivo.

Em 2021, entre março e junho, escrevi um haikai por semana, aos domingos, e compartilhei esses poemas nas redes sociais. Reunidos aqui, não possuem uma ordem necessária entre todos eles, além da ordem cronológica em que foram compartilhados por mim, e a numeração romana reflete isso. Faço, porém, uma observação, a respeito da forma desses haikais. A ideia básica do haikai é ter três versos, no esquema 5/7/5. Porém, os japoneses utilizavam sílabas fonéticas, pois para eles o fonema é já uma unidade completa de sig- nificado, e muitos poetas em todo o mundo assim fazem. Meus haikais, no entanto, são escritos com a métrica de sílabas poéticas, con- tadas nos padrões da literatura ocidental.

O poema No último dia escrevi na antessala da recepção do Templo do Recife, logo após assistir pela primeira vez a Nova apresentação da investidura, em fevereiro de 2023.

Encerra este livro, e vou encerrando essa longa apresentação, com Vou-me embora pra Sião, paródia de Vou-me embora pra Pasárgada, do poeta que muito admiro, Manuel Bandeira.

Nunca é desnecessário lembrar que sou o único responsável por este livro e seu conteúdo, que não reflete necessariamente a opinião ou ensinamentos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e/ou de seus líderes.

Agradeço a meu amigo José Hermontes pelo prefácio, e a meu amigo Raphael Neves pelo design da capa.

Espero que cada leitor possa gostar de algo neste livro, e que acompanhem e compartilhem o trabalho que fazemos, pois, parafraseando o Presidente Nelson, há muito mais por vir. Esperem o próximo ano, e pelo ano seguinte, e o próximo. Vai ser emocionante. 

ISBN: 978-65-5388-122-8
DOI: doi.org/10.36926/editorainovar-978-65-5388-122-8

Biografia do autor

Renan Apolônio de Sá Silva - nasceu no Recife, Pernambuco, em 1993, e reside desde então em Olinda. É advogado, formado pela Faculdade de Direito do Recife - UFPE (2018), especialista em Direito Constitucional (2021), em Direito Público (2022) e em Direitos Humanos (2023) pela Faculdade Legale. Assistente Executivo da Fundação Roble del Sur (organização internacional cujo objetivo é apoiar o de- senvolvimento dos santos dos últimos dias na comunidade sulamericana); colaborador da Escola Sul-americanista SUD da Geografia do Livro de Mórmon; Vice-Presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB Olinda; Diretor de Liberdade Religiosa do Capítulo Brasil Nordeste da J. Reuben Clark Law Society. Escreve poesia lírica, contos de terror e mistério, ensaios literários, textos sobre doutrina e história da Igreja, e vários temas den- tro das ciências humanas. É editor dos blogs crepusculismo, Repositório Constitucional e Estudos Sobre os Santos dos Últimos Dias. Membro da Academia Internacional de Literatura Brasileira. Fundador e Presidente da Associação Brasileira de Escritores Santos dos Últimos Dias. Já publicou textos na revista Liahona (abril 2022 e fevereiro 2023), El Pregonero de Deseret (Cofradía de Letras Mormonas, julho 2021) Irreantum (Association for Mormon Letters, março 2022), Revista Conexão Literária (edição no 89), Revista Caderno de Literatura (AJURIS, 29a e 30a edições), e na Revista Digital (Real Academia Internacional de Artes y Literatura, edições no 8 e 9), além de publicações em revistas científicas. Membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias desde que nasceu, serviu na Missão Argentina Córdoba e em vários chamados, como Presidente do Quórum de Élderes, Consultor do FSY, Oficiante do Templo, Líder de Missão da Ala, Diretor de Comunicação da Estaca e Professor do Instituto. Atualmente, serve como Segundo Conselheiro no Bispado da Ala Jardim Atlântico (PE). Você pode ler mais sobre sua obra, aqui: https://renanapolo- nio.blogspot.com

 

 

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Publicado

maio 3, 2023

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